quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Santa Cruz de la Serós

  
    Entre o Rio Aragón e a Serra de San Juan de la Peña encontra-se, Santa Cruz de la Serós. 
A história local deste lugar , gira em torno dos  Mosteiros de Santa Maria e San Juan de la Peña, dada a sua proximidade do mesmo.  Sendo actualmente um local turístico. 
Com destaque para o Mosteiro de Santa Maria e do seu casario, com os telhados de lousa, as suas características chaminés  troncocónicas. A igreja de San Caprasio, o caminho de Santiago, assim como toda a beleza natural que a rodeia. 

Estávamos a caminho de San Juan de la  Peña e fizemos uma breve paragem afim de conhecer um pouco esta localidade.
Tendo muito ficado por visitar, como o antigo hospital de Anol, a Ermita de San Salvador ... entre outros.  Quiçá um dia regressamos.


  À entrada da povoação uma réplica das chaminés características da zona dá-nos as boas vindas convidando-nos a uma visita mais demorada.
  Apesar do nosso destino ser San Juan de la Peña, não podemos deixar de a visitar, mesmo que tenhamos visto apenas um pouco,  do que tanto tem para  nos oferecer. 


Igreja de Santa Maria Igreja do séc. XI 


Trata-se do único vestígio conservado, do Mosteiro Benedito feminino, fundado nesta localidade a meados do séc. XI .

  
É também, local de peregrinação do caminho de Santiago Francês. Único declaro Património Mundial pela UNESCO


  
Igreja de San Caprasio Séc. XI





Uma curta visita por Santa Cruz de la Serós


terça-feira, 13 de setembro de 2016

Canfranc uma estação com historia ...

Estávamos em Jaca e vi num folheto  turístico uma fotografia da estação ferroviária de Canfranc. Amante de fotografia decidi que no dia seguinte seria esse o nosso destino.
Mal sabia que iríamos visitar um lugar pleno de historia, não obstante o  parcial abandono, conserva ainda grandiosa beleza.
 Após conhecer um pouco da historia, quase visualizei o movimentado transito de mercadorias durante a segunda guerra mundial, que, segundo uma noticia no "Publico" Portugal esteve envolvido. // Os documentos - relativos à II Guerra Mundial e descobertos pelo francês Jonhatan Dias, residente em Oloron-Sainte-Marie, França - referem a origem do ouro e o percurso e destino das mercadorias, que incluía a ligação ferroviária até Canfranc, seguindo depois em camiões para Portugal. Segundo o historiador português António Louçã, o facto de estes carregamentos (num total de 74 toneladas de ouro) serem efectuados em barras de 5 quilogramas pode levar a encarar a hipótese de serem carregamentos paralelos.Até agora, não existem quaisquer dados de que se tratasse de movimentos ilegais. Portugal e a Alemanha não se encontravam em guerra e mantinham relações diplomáticas normais. O ouro comprado através do Banco Nacional da Suíça e do Deutsche Bank (cerca de 154 toneladas) era carregado em barras de 12 quilogramas.Os documentos agora encontrados referem ainda carregamentos de 44 toneladas de armamento, 10 de relógios (50 mil unidades) e quatro de prata...//
 É fácil para o visitante recuar no tempo e imaginar-se  a viajar  numa das muitas carruagens abandonadas...
Ao chegar deparo-me com um placar onde podemos observar uma foto da época e algum texto informativo.


Inaugurada em 1928, foi uma das maiores e mais belas estações de comboio do mundo.
Sua arquitectura  Art Nouveau, fez dela uma jóia escondida nos Pirenéus.
Em 1940 Franco apresenta a Hitler a imponente estação, este ao ver a importancia logistica e estratégica, apoderou-se da mesma.
Por aqui,  terão passado milhares de judeus, toneladas de ouro,  armamento e outro tipo de contrabando. Nos finais da  Segunda Guerra Mundial, terá servido de fuga a muitos oficiais nazis.  Após a guerra a estação voltou à sua actividade normal até cerca de 1960, altura que se dá um grande descarrilamento ( sem vitimas mortais ) contudo o mesmo terá ditado o fim da estação.
Aqui foi rodado algumas cenas do filme Dr. Jivago.


 Actualmente dispõe de percursos de meia distancia , operados pela Renfe


Esta bela estação, possui 241 metros de comprimento, por apenas 12,50 metros de altura. É composta por três pisos,  mais de 300 janelas e 156 portas. O projecto da estação esteve a cargo do arquitecto espanhol Fernando Ramirez de Dampierre  e foi realizada entre 1921 - 1925 .
Muito fica por dizer  e conhecer, sobre esta jóia ferroviária ... a nós nos encantou e entristeceu, ver a sua decadência e abandono.


 Depois do primeiro impacto, perante tamanha beleza, curiosos , atravessamos a linha e fomos à descoberta...
Devo dizer que o que vi nas traseiras me suscitou maior impacto do que a belíssima fachada e aí sim, senti-me literalmente num tempo longínquo.


Rodeada de vegetação campestre, a mesma ganha ainda mais beleza.




Pronta a embarcar numa viagem a outros tempos...


São muitas as carruagens, ou o que resta delas, esquecidas no tempo... entretanto outro tipo de vida vai tomando conta do espaço...


Descemos  e atravessámos,à luz de lanterna, o apeadeiro...




Nos "armazéns " são muitos os objectos deixados ao abandono, misturados com lixo e alguns sinais de vandalismo.




Canfranc ... Linha sem retorno ? ....

terça-feira, 6 de setembro de 2016

De Ibon d'Acherito a Puen da Mina


Tínhamos ficado no Ibon ( no último post ) e o regresso era inevitável ...
A subida tinha-se  mostrado um pouco difícil, e se o ditado diz que a descer todos os santos ajudam, os meus joelhos não pensam dessa forma, de modo que, ao observarmos o mapa, junto com outro caminheiro,  que nos perguntou se conhecíamos o percurso circular...  chegámos à conclusão que, apesar de não  termos  recebido essa informação no posto de turismo, o mapa assim indicava e então, primeiro ele, depois nós, eu um pouco a  receio de nos perdermos, avançámos seguindo o mapa, a bússola  e o instinto, rapidamente encontrámos o trilho que nos lavaria a Puen da Mina.
Foi muito bom esta "mudança"  pois apesar de termos feito uns bons kms a mais, a beleza  do percurso foi maravilhosa, não retirando a mesma ao caminho anteriormente percorrido e descida muito menos acentuada.



Panorâmica do lago glaciar Ibon d'Acherito


A paisagem sempre verdejante e pintalgada de flores da montanha era super relaxante e não fosse o  desconhecimento dos kms a percorrer teríamos com toda a certeza feito mais paragens e apreciado com toda a tenção que a mesma merece 


Ao longe avistávamos uma manada de vacas que pastava tranquilamente numa clareira verdejante


Devo confessar que um dia apanhei um susto enquanto fazia uma festa num bezerro ( a mãe extremosa  não gostou ) e hoje em dia, quando tenho de me cruzar com as mesmas faço-o com as pernas bambas rsss mas não havia outra alternativa e lá descemos ao encontro das mesmas




A água, contrariamente à subida,  fazia-se escutar e acompanhou-nos até ao final. 
Demasiado cansada para fazer "longas exposições", captei um clik do momento


A paisagem continuava deslumbrando e o sentido de liberdade era imenso



Subitamente somos surpreendidos por um casal de marmotas



Ao longe avistava-se Puen da Mina  a aventura estava prestes a terminar


Finalmente alcanço a cancela e sinto um dualidade de sentidos. Por um lado aliviada de ter terminado o percurso , por outro já saudosa do que deixámos para trás...


Ibon d'Acherito   "descansa " tranquilamente no sopé  da montanha


domingo, 4 de setembro de 2016

De Puen da Mina a Ibon d'Acherito

Testando limites ... e aproveitando enquanto as pernas aguentam . 
Subindo ... fotografando. .. apreciando. ..descansando e assim se passou um lindo dia  em pleno contacto com a natureza.

Puen da Mina  a 1.230 mt - Ibon d'Acherito 1.875 mt



   Após uma breve análise  no mapa da nossa posição,  era hora de escolher qual dos trilhos faríamos nesse dia, optámos pelo Ibon d 'Acherito, o mapa marcava um lago glacear e amante de fotografia como sou, não quis perder esse óasis no alto da montanha.  Primeiro, Impunha-se  chegar à encruzilhada de  diversos trilhos onde começaria, não a caminhada, mas a verdadeira aventura.   



 Olhei para trás e registei  a paisagem que deixávamos para trás, segura que o que nos esperava seria igualmente belo.



Antes de acedermos ao caminho que nos levará  ao Valle de Echo,  podemos observar o que resta do antigo quartel  da policia de fronteiras.
~Ruina Cuartel 



É hora de iniciar a subida  e à nossa frente a paisagem convida-nos. Passamos a cancela , que serve de cercado ao gado e a aventura começa. 



Sempre subindo vamos conquistando a montanha ... Algumas pausas para fotografar, apreciar a paisagem , retomar fôlego e  retomamos caminho




 As formas montanhosas vão ficando cada vez mais definidas e próximas.
Eu, particularmente descubro sempre um deus ou deusa das montanhas nas suas formas...
Aqui,  avisto um deus de barba  bem comprida dormindo no seu reino...


As nuvens estão a prometer chuva, o que nos preocupa um pouco,  pois tínhamos tido a informação, no turismo, que por a tarde haveriam "tormentas "



E a chuva cai ... tão subitamente chegou como partiu e o dia continuou lindo até ao final.,


A beleza é  imensa, desde a amplidão montanhosa ás pequeníssimas flores que brotam  vivaças entre as pedras que se foram soltando da montanha.


Uma  ultima indicação diz-nos que o lago está próximo.


Aproveito para descansar um pouco até enfrentar a ultima subida 



Finalmente avistamos o Ibon d'acherito. Sinto-me tal criança que recebe um doce pelo esforço...
 O esforço aqui é  apenas físico, quase 650 metros de desnível, para mim já é muito...
 mas  valeu cada passada 



Um jovem casal  pergunta se queremos uma foto, dá-se a partilha, foto por foto...  ficamos à conversa um pouco, eles estão de partida nós acabámos de chegar e não podemos pernoitar aqui.... 



Após nos "reabastecermos" e apreciarmos a paisagem, Impõe-se a descida... 

Essa ficará para o próximo post que este já vai longo.