segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Um Passeio Romântico

Habitando tão perto da romântica, bela e pitoresca  vila de Sintra e com a vantagem de aos domingos de manhã, a entrada em todos os monumentos ser gratuita para os munícipes, são muitas as vezes que partimos redescobrindo recantos deste lugar. E se é verdade que já os conhecemos,  não é menos verdade,  que sempre nos espera algo por descobrir.

 Desta vez decidimos ir de comboio, dado a enorme dificuldade de conseguir estacionamento e assim aproveitámos e fizemos uma breve caminhada.


A poucos metros da estação, encontra-se o imponente e belo Palácio da Vila.  Vergonhosamente devo dizer que nunca o visitei por dentro...  outro passeio agendado e a não perder.


Pelo caminho admirávamos as centenárias e imponentes árvores que emolduram a estrada...


Muito me fascina o exotismo da natureza...


Parque da Pena


Chegámos ao Portão dos Lagos, onde podemos observar duas torres elípticas com um coroamento tipicamente medieval, esta terá sido a primeira entrada do Parque da Pena, construída na década de 40 séc. XIX .  Este  dá acesso ao Vale dos Lagos.


  No centro do lago,  destaca-se a  Pateira Acastelada uma edificação implantada sobre a ilha ao centro do lago de São Martinho e a Pateira octogonal edifício decorativo de arquitectura ornamental do séc. XIX


O romantismo monumental a exuberância  da natureza  e a imponência de ambos, transformaram este lugar, um recanto imperdível de Sintra.


A partir deste ponto, são muitas as sugestões de visitas a realizar. Tais como Palácio da Pena, Cruz Alta, Abegoaria, Estufas e Chalé da Condessa D'Edla. Decidimos ir na direcção do Chalé, seguindo as indicações marcadas no terreno.




 O Palácio da Pena impõem-se ora emoldurado entre  majestosas árvores, ora envolto na luxuriante vegetação.


Abegoaria edifício do séc. XIX, inclui sala de exposições e conferencias e alberga os serviços de gestão de turismo equestre.


Cavalo Ardennais, apoiam os trabalhos florestais e permitem passeios de charrete


 Estufas


Lago do Repuxo. este é um dos 158 lagos que conferem ambiência e romantismo ao Parque. o repuxo que lhe dá nome, sobe até quatro metros de altura


Estátua em broze de um guerreiro medieval de autoria do escultor. Ernesto Rusconi. Colocada sobre o topo de um penedo, possui uma inscrição com a data 1848. Julga-se que o guerreiro represente o rei D. Fernando II, como eterno guardião de sua obra, já que o escudo apresenta uma caravela com velas recolhidas  em alusão à chegada a bom porto deste príncipe alemão, que fez da sua pátria Portugal.


 Mesa da Rainha. Uma mesa de pedra em forma octogonal, tomou esta designação por ser um dos lugares preferidos da rainha D. Amélia.


Templo das Colunas. Oferta do pai de D. Fernando II a seu filho. A sua edificação foi iniciada no ano de 1844 no Alto de Santo António. Lugar privilegiado pelas magnificas vistas, entre elas a vista para o Palácio de Pena.


Na Copula da Fonte dos Passarinhos pode ler-se a seguinte inscrição me árabe _
" O Sultão D. Manuel II construiu esta capela bendita, em nome da Nossa  Senhora Maria da Pena, no anos de 1503, em comemoração do regresso a salvo de D. Vasco da Gama do descobrimento das terras e países que encontrou, isto é, o Cabo da Boa  Esperança, a Índia e outros. Pois sua Alteza o Sultão D. Fernando II, marido de sua majestade D: Maria II construiu desta maneira em muita magnificência real, no ano de 1840"


Tuia-Gigante - Árvore de 35 metros de altura  de copa piramidal  e casca espessa. Os ramos inferiores curvam até ao solo onde enraízam, retomando posteriormente a posição vertical. Plantado na época de D. Fernando II destaca-se das restantes espécies existentes no parque , devido ao  extraordinário desenvolvimento que atingiu.


A historia do parque conta-se também através das suas árvores.  E à sombras das diversas árvores  que nos acompanham durante todo o percurso , chegamos de novo à Vila de Sintra.



Terminou assim mais um  passeio pelos caminhos do romântico.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Cuevas de Arguedas

Existem lugares que nos transportam a outros continentes.
Estávamos em Espanha, tínhamos terminado de visitar as  Bardenas Reales, distrito de Navarra , um semi-deserto que nos encantou , quando  já no regresso "descobrimos" estas cuevas. A paisagem, as cores e até o calor abrasador que se fazia sentir naquela tarde, nos levava a um lugar longínquo e desconhecido... não sabíamos identifica-lo apenas nos sentíamos noutro continente. 
Após a visita a este local, a curiosidade de saber ao certo do que se tratava era muita, procuramos um posto de turismo e ali mesmo em Arguedas, nos inteiramos de tudo. 
Foi triste o que escutamos.. a paisagem era linda ( a meu ver ) a razão da sua existência uma triste e dura realidade... foram muitas as pessoas que coabitavam entre paredes com os seus animais, companheiros no árduo trabalho de agricultura, suportando os cheiros, vivendo sem água nem luz, enfim... sobrevivendo sem condições algumas... é triste....  Somos iguais só depois de vir a morte...  



As Cuevas de Arguedas, surgiram nos finais do séc. XIX, tornando-se o lar de "arguedanos" aqueles que não possuíam meios de pagar um alojamento. Receberam assim permissão para escavar o terreno e construírem as suas habitações.


As casas eram compostas por celeiros, corrais e o espaço de habitação, tudo no mesmo espaço. 
Em 1940, chegou-se a contar 52 cuevas/ casas. 
Nos anos 60, foi construído um bairro social afim de albergar estas famílias com dignidade.



Hoje restam vestígios desse tempo duro de outrora ... Tento esquecer a sua origem e sinto-me maravilhada com a exoticidade do local.